AUDIÊNCIA PÚBLICA REDEFINE METAS PARA O ENSINO PÚBLICO DE NOVA VIÇOSA

ABERTURA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA
O vice-prefeito eleito Ruberval Lima Porto participou na manhã deste sábado (5) da abertura da Audiência Pública do Fórum Municipal de Educação de Nova viçosa, realizada no auditório do Centro de Formação Pedagógica Manoel Costa Almeida, em Posto da Mata.
 
O evento reuniu dirigentes de escolas, professores, especialistas em educação, estudantes, contando com a presença de Adriana Botelho, secretária municipal de Educação; Simone, coordenadora municipal de Educação; José Silva, presidente do Conselho Municipal de Educação; Jorge Cunha, secretário de Finanças; Pedro Cardoso, presidente da APLB; prof. Benedito (Longado), presidente da Associação Quilombola; vereadores, José Anastácio, Quinzinho, Nei da Geladeira, Edmilson e Mozart Jr.

O Fórum discutiu pontos e diretrizes para a definição de um novo modelo de educação pública

Em seu pronunciamento, Ruberval lembrou a criação do Programa Novo Mais Educação, instituído pela Portaria nº 1.144, do dia  10 de outubro deste ano, que observa as determinações da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) – Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, lei esta que foi uma verdadeira revolução na época do seu lançamento, e que está comemorando 20 anos.
O vice-prefeito e ex-vereador por três mandatos lembrou a época em que assumiu a Secretaria Municipal de Educação, entre 1997 e 98, exatamente nos primeiros anos de vigência da LDB. “Foi uma experiência incrível coordenar todo o processo de municipalização da educação, ao lado de pessoas que hoje se fazem presentes aqui e que dedicaram parte de suas vidas por uma educação de qualidade, como a nossa secretária Adriana, uma guerreira, superdedicada, pessoa que acredita no que faz e que sempre ajudou a construir uma educação de qualidade em nosso Município, tendo ao lado uma equipe primorosa e competente”, comentou Ruberval, que também representou, no evento, a Rádio Educadora FM, emissora que tem como missão levar informação e mensagens de caráter educativo à população.

A emissora, inclusive, tem no próprio nome o seu compromisso firmado com a coletividade. “Aproveito o ensejo para cumprimentar a toda equipe da emissora pelo  transcurso do Dia do Radialista, a ser comemorado na próxima segunda-feira, dia 7 de novembro. A Educadora constitui um marco importantíssimo da comunicação em nosso município. Trata-se de um canal aberto permanentemente aos profissionais da educação, com o compromisso de juntarmos forças para novos tempos, novos rumos, novas conquistas e todos os desafios que o ensino público nos coloca frente a frente”.

O PROGRAMA NOVO MAIS EDUCAÇÃO

O Programa Novo Mais Educação foca suas ações no desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo. 

O fato de o Brasil não ter alcançado a meta estabelecida pelo IDEB e o desafio de buscarmos atingir metas como ampliação da oferta de educação em tempo integral e a melhoria da qualidade do fluxo escolar e da aprendizagem das escolas públicas, levou o MEC a ampliar a jornada escolar de crianças e adolescentes, mediante a complementação da carga horária e contraturno escolar, que deverá ser implementado por meio da realização de acompanhamento pedagógico em língua portuguesa e matemática e do desenvolvimento de atividades no campo das artes, cultura, esporte e lazer.

Comentários

  1. Tenho dito, reiteradas vezes, que o Brasil é um país dominado e que essa dominação se reflete no seu sistema de ensino. Diversos estudos feitos pelo mundo afora já constataram que o ensino dos pobres está programado para produzir fracassados que não terão outra alternativa que não seja a de aceitar empregos de baixa qualificação e de pífia remuneração. Há 46 anos a UNESCO disse que A ESCOLA FALIU no Terceiro Mundo.

    Num mundo em que a China assume um poder impressionante, assimilando toda a cultura ocidental, o Brasil permanece num provincianismo deprimente. Daí o nosso capitalismo periférico e dependente, a nossa pouca relevância, a não ser como fornecedor de matérias primas, produtos de pouco valor agregado.

    O Donald Trump não está preocupado com o Brasil. Isso aqui é um quintal deles, onde eles deitam e rolam. Ele está preocupado com a China, com a Rússia, com a Coreia do Norte. Com eles o Trump não canta de galo, pois sabe que o buraco é mais em baixo.

    E quanto a nós, brasileiros? Um dos nossos generais disse que o nosso Exército (que não é ruim) não resistiria por dez dias ao Exército americano e que teríamos que partir para a luta de guerrilhas. Onde estão os nossos engenheiros, cientistas, técnicos de alto nível? Como formá-los com um péssimo ensino de matemática?

    Diversos estudos mostram que 70 por cento do povo brasileiro é infantilizado, daí a sua eterna busca de um “pai protetor”, a sua constante dependência de políticos e poderosos que possam lhes favorecer. A criança brinca e os adultos infantilizados também brincam. Brincam de ser pais, mães, professores, alunos, médicos, políticos, advogados, engenheiros. Salvam-se pelos 30 por cento não infantilizados.

    A criança vive no mundo da fantasia. Mas a fome é real é, quando ela bate, a criança para de brincar. Essa é a razão pela qual muitos adultos infantilizados se mexem: a dura realidade da vida. Mas, tão logo saciado o desejo, voltam a brincar.

    Não estou cobrando dos grotões brasileiros soluções para estas questões. O Brasil não é relevante no cenário global e os grotões brasileiros, que tem ínfima parcela no PIB dos seus Estados, tem menos relevância ainda.

    O problema é antigo, tanto que o doutor Freud, que morreu em 1939, disse: “o homem precisa deixar de ser uma eterna criança e aprender a enfrentar o mundo hostil”.

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  2. O nordeste que deu certo

    Há quarenta anos foi lançado o livro “China: o nordeste que deu certo”, da escritora cearense, Heloneida Studart (1932-2007). Trata-se de um livro pequeno, de 181 páginas, onde a autora relata uma viagem que fez à China. Voltei a tirá-lo de uma das minhas estantes porque, nas minhas elucubrações e perplexidades sobre o Brasil, que não consegue resolver problemas básicos, lembrei-me da descrição da Heloneida sobre como a China acabou com o analfabetismo.

    Darcy Ribeiro (1922-1997), no prefácio do livro, diz que se trata de “uma lufada de ar fresco frente aos prognósticos pessimistas dos sábios do Clube de Roma” e que com ela, Heloneida, “aprendemos que o mundo tem remédio... até o Nordeste poderia, em prazos razoáveis, se tivéssemos juízo, construir com as suas mãos e os barros mais atoas deste mundo, não mais riqueza para os ricos – como produziu sempre – mas uma modesta, porém geral prosperidade chinesa”.

    O Darcy morreu há vinte anos, razão pela qual não pode testemunhar a atual prosperidade chinesa, que nada tem de modesta. E, mais do que prosperidade, o seu imenso progresso no campo da cultura, da ciência e da técnica.

    Gilberto Freyre dizia que “ler é ouvir os outros”. Vamos, pois, ouvir o que a Heloneida nos conta sobre o fim do analfabetismo na China, coisa muito mais útil de se fazer que ficar vendo vinte e dois marmanjos correndo atrás de uma bola, coisa de quem, paradoxalmente, não tem mais o que fazer num país onde quase tudo está para ser feito. Com a palavra a Heloneida:

    “Não é fácil alfabetizar centenas de milhões de pessoas. Principalmente, se a escrita é composta daqueles inumeráveis caracteres, cada um deles constituído de muitos traços, com uma estrutura complexa que os torna difíceis de ler, memorizar e escrever – desconfio que eu passaria anos antes de conseguir reconhecê-los. Assim mesmo, realizada a Libertação e feita a reforma agrária, os chineses lançaram-se à tarefa de acabar com o analfabetismo (80 por cento da população era analfabeta. No campo, este percentual alcançava noventa por cento).

    Em 1955 a palavra de ordem de alfabetizar todo o pais assumiu uma forma planificada e como, na China, não funcionava a filosofia “eu estou na minha”, todos partiram – com todos – para ensinar a ler e escrever a milhões de chineses, entre 15 e 45 anos de idade. Foi fundada uma associação nacional de alfabetização e houve uma convocação geral às massas para que ajudassem no plano, Representantes dos sindicatos, das organizações femininas e das entidades juvenis começaram a mobilizar todas as forças sociais para a campanha. Não havia sala vazia ou praça disponível em que os chineses não se reunissem para discutir os métodos a serem usados. Discursos, conferências, jornais murais, difundiam a urgência da aplicação do plano. Enquanto isso, aos milhares, os ativistas voluntários iam de casa em casa, para ensinar aos analfabetos. Só na província costeira de Shandong participaram do trabalho de alfabetização três milhões de pessoas”.

    Além desses tipos de cursos os chineses criaram “grupos de estudos em casa”; qualquer pessoa que soubesse ler ia à casa de quem não sabia. Ali, entre goles de chá fumegante, empenhavam-se em explicar os 1500 caracteres chineses. Donas de casa que haviam nascido e crescido na China antiga, tendo comido apenas as sobras do arroz dos seus pais (e depois a de seus maridos), começaram a memorizar os traços inumeráveis. Segundo me contaram, elas chegaram a ser patéticas em sua decisão de aprender a ler a qualquer custo. As vezes, levavam cartões com caracteres escritos nos bolsos do blusão para olha-los, de vez em quando, enquanto cozinhavam ou arrumavam. Algumas os rabiscavam nos móveis, nos quartos, nas panelas, encorajavam os seus maridos (quando estes também estavam lutando para aprender) a levar os caracteres pintados em tabuletas para o campo e os colocarem ao lado dos canteiros de trabalho. Houve mulheres que pintaram caracteres em árvores. Quem passasse dava uma olhada.

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  3. Os camponeses, por sua vez, tratavam de instalar salas de aula com um mínimo de despesas. Pediam salas desocupadas emprestadas, levavam para lá os móveis de seus próprios lares. E quando não tinham, conduziam caixotes ou arrumavam bancos de tijolos. Em apenas um ano e meio, a maioria desses milhões de esforçados já podiam ler jornais, escrever recados e cartas.

    Para prevenir um retrocesso possível, o Plano de Alfabetização foi em frente, criando escolas regulares: primárias e secundárias, escolas agrícolas e até “universidades de horas de folga”. Onde não havia condições , os alfabetizados se organizavam em grupos de autodidatas. E recebiam de organizações oficiais, livros e jornais.

    Segundo nos conta a Heloneida, “os chineses não menosprezam a palavra heroísmo. O altruísmo é um dos dados mais impressionantes desse processo de transformação. Constituíram uma sociedade que defende determinados valores, com pontos de referência nítidos. Onde ninguém diz “não é da minha conta” e existem papeis definidos para as pessoas desempenharem, obtidos por um consenso geral da sociedade. Isso é tanto mais evidente quando a gente vê o comportamento das crianças nas escolas. Elas não sobem nas carteiras, nem jogam um balde de tinta na cara dos professores, como acontece em nossos mais avançados jardins-de-infância”.


    Um dos dramas brasileiros é que somos um país de não-leitores. Como temos aversão á cultura, não queremos aprender e temos raiva de quem quer, vamos sempre cometer os mesmos erros e sofrer as mesmas consequências. Um dos mais evidentes sintomas dessa nossa patologia é o nosso sistema de ensino, onde a maioria das pessoas que o administra é incompetente, mas, mesmo assim, se recusa a pedir ajuda.

    Dados de 2015 mostram que o maior PIB (Produto Interno Bruto) do mundo era o dos Estados Unidos, cerca de 18 trilhões de dólares. Em seguida vinha o da União Européia, cerca de 16 trilhões. A China vinha em terceiro, cerca de 11 trilhões.

    E o Brasil? Bom, nós perdemos posição e estávamos, em 2015, no nono lugar, com um PIB de pouco menos de 2 trilhões. Não se pode dizer que o Brasil não seja um país rico, o problema é que a riqueza está concentrada. Cinco estados, do sul e do sudeste concentram 65 por cento da riqueza nacional. São Paulo tem o maior PIB e o segundo maior PIB per capita. O Rio de Janeiro tem o segundo maior PIB e o terceiro maior PIB per capita. O sétimo PIB brasileiro é o da Bahia, mas está em vigésimo segundo lugar no PIB per capita, o que indica que tem uma péssima distribuição de renda. Cinco municípios baianos concentram quase a metade da riqueza do estado.

    O quinto município baiano no PIB é Vitória da Conquista, cujo PIB é treze vezes maior do que o de Nova Viçosa. O PIB de Salvador é 142 vezes maior do que o de Nova Viçosa, cujo PIB representa menos de dois por cento do PIB do estado.

    Por que a China foi o “nordeste que deu certo” e nós somos o nordeste que nunca dá certo? Por que a China conseguiu alfabetizar o seu povo e nós continuamos a ser um país de analfabetos, a não ser nas estatísticas mentirosas dos governos?

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  4. A resposta é simples: houve na China uma vontade nacional, desejo de participação, espírito de solidariedade, a determinação de superar a pobreza. Porém, mais que isso: havia liderança, um governo que mobilizou o povo em prol de uma causa maior.

    Era uma conjuntura bem diversa da brasileira, com uma classe política, quando não corrupta, despreparada, analfabeta, sem leituras e sem projeto nacional. Em geral os nossos políticos tem apenas projetos pessoais, que envolvem, muitas vezes, a entrega do país aos estrangeiros.

    Acabar com o analfabetismo num país como a China não poderia ser obra apenas de meia dúzia de pedagogos. Haveria que contar com a participação de milhões de cidadãos. No Brasil não poderá ser diferente, não haverá de ser diferente. Enquanto as nossas elites dirigentes não entenderem isso, permitindo, com objetivos puramente eleitoreiros, que o nosso sistema de ensino permaneça um feudo de mediocridades, continuaremos na rabeira do mundo em matéria de educação. Recente edição online do jornal O Globo publicou os resultados do desempenho de estudantes de 40 países. O Brasil ficou na antepenúltima colocação. E ninguém parece se importar com isso. Não dá mostras de sentir vergonha. Nas primeiras colocações a Coréia do Sul, Japão, Singapura, Hong Kong e Finlândia.

    O Darcy Ribeiro disse que o livro da Heloneida nos mostra que “o mundo tem remédio” e que o nordeste brasileiro pode dar certo, se tivermos juízo. Eu ouço essas palavras do Darcy e me bate uma desesperança. Ele diz “se tivermos juízo” e isso é coisa que não temos. O que temos é, em geral, acomodação, resignação, conformismo. Não há ética, compromisso, responsabilidade. Corromperam o povo, que está infantilizado, quando não pervertido, que se satisfaz com uns trocados para o churrasco e a cervejinha do final de semana, que se resigna a viver em barracos, em ruas esburacadas, sem rede de esgoto, sem iluminação pública decente.

    O resto, como diz o professor Clóvis de Barros Filho, “é preguiça e covardia”.

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  5. Capitulação

    O ensino no Brasil está dominado pela capitulação. Faz algum tempo eu perguntei a uma ex-diretora de colégio de ensino fundamental (com a mudança do prefeito ela foi defenestrada) por que ela não incluiu o jogo de xadrez nas atividades escolares. A resposta dela foi: “Os alunos não querem”.

    Uma resposta dessas é reveladora de preguiça, leniência ou ignorância. Serei generoso e vou admitir que ela apenas não soubesse o que significa “educar”. Ou seja, ignorante das coisas que dizem respeito à sua profissão.

    Educar vem do latim “educatio”, que quer dizer “Ação de criar, nutrir, manter, alimentar”. Também significa “Cultura, cultivo, amanho”.

    O latim “educator”, por sua vez, além do que “cria, nutre, mantém”, significa “Aio, diretor, educador, pedagogo, preceptor”.

    Logo, educar envolve o conceito de “pedagogia”. Quem “amamenta, cria, nutre, mantém”, há também que “orientar” e “conduzir”.

    A palavra latina “educe”, por sua vez, vem de “educo”, que significa “tirar de, retirar, lançar fora, intimar, citar, levar a juízo, parir, produzir, criar, nutrir, manter, sustentar”. Alguns exemplos: “educere gladium e vagina”, que significa “tirar a espada da bainha” (a palavra vagina significa, simplesmente, bainha). Por sua vez “gladium” é espada, daí a palavra “gladiador”. Educar é, pois, preparar para o mundo exterior, de fora.

    Outro exemplo: “Educit obstetrix”, ou seja “A parteira tira o feto do ventre da mãe”. Observem a maravilhosa concisão do latim, que em duas palavras expressa o que em português se escreve com nove.

    Todas estas definições estão no meu "Dicionário Latino-Português", do F. R. dos Santos Saraiva.

    Atualmente “educar” envolve dois conceitos, o de “conservar” e o de “transmitir”. Conservar o que? Naturalmente que o que é “relevante, útil, perene, o que diz respeito à vida e à cultura de um povo e da humanidade e constrói as bases da civilização”. Um exemplo simples: conserva-se o Teorema de Pitágoras para que se possa transmiti-lo aos alunos. Esse teorema está na base do edifício matemático que, por sua vez, está na base de todo o nosso progresso material e cultural. Sem matemática não haveria telefone, computador, automóvel, avião, televisão, satélites, etc.

    Achar que educar consiste em fazer a vontade do aluno é uma sandice sesquipedal. Aprender é difícil e essa é a razão pela qual a maioria da humanidade é constituída de pessoas que exercem atividades de pouca qualificação e baixa remuneração. Fazer a vontade do aluno é fazer com que ele, mais tarde, venha a ser presa fácil dos açambarcadores de mão de obra barata. Se o aluno vai fracassar na vida que seja pela sua vontade própria, mas nunca pela desídia da escola.

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  6. Nenhuma criança gosta de tomar injeção. Deveremos fazer a vontade dela? Crianças pequenas não querem ir à escola. Devem os pais fazer a vontade delas?

    Educar é conduzir, não é fazer a vontade da criança. É claro que, se em meio a aula, ela sentir vontade de ir ao banheiro, deveremos dar-lhe essa liberdade. Se a criança sente sono durante a aula os professores pouco poderão fazer a respeito, pois o sono é invencível. Mas os pais deverão ser advertidos, pois é provável que a criança esteja vendo televisão ou usando o computador até tarde da noite. A escola não pode se submeter aos ritmos esdrúxulos das crianças e os pais devem levar isso em conta, botando os filhos para dormir na hora certa.

    Pedagogo é palavra de origem grega que queria dizer “o escravo que conduzia a criança à escola”. A ideia é sempre essa: a de conduzir a criança. E essa é uma questão política.

    Já perguntei a diversas pessoas, por estas bandas, que se dizem formadas em pedagogia, o significado da palavra e elas não souberam me dizer. Eu imagino que o mesmo ocorra com os políticos, muitos dos quais ignoram o significado da palavra política.

    Política vem de uma palavra grega que envolve conceitos como de cidadão e de cidade. Hodiernamente podemos defini-la como a “Ciência que procura estabelecer os objetivos de uma sociedade, bem como a adoção de uma estratégia de prioridades”.

    Salta aos olhos que a educação é política e, como tal, deve estar sintonizada com os objetivos da sociedade. O sistema educacional deve estar voltado para às prioridades do Estado. Não é possível que o sistema de ensino caminhe numa direção diferente da do Estado. Através de planejamento cuidadoso é estatísticas bem elaboradas, o Estado deve prever a demanda de médicos, engenheiros, professores, psicólogos, economistas, estatísticos, administradores, advogados, técnicos em diversas áreas, etc. Quem os fornecerá, a não ser o sistema de ensino? Ora, se o sistema de ensino não provê os médicos, os professores, os engenheiros, etc., de que o Brasil precisa, ou os fornece com má qualificação, é porque algo de profundamente errado aconteceu.

    Esse tipo de aberração ocorre quando o país está submetido ao interesse estrangeiro, ou por ignorância da classe política dirigente, que não consegue se articular num projeto de integração nacional. Não existem no Brasil projetos nacionais mas, tão somente, projetos pessoais, de poder. Os diversos subsistemas assumem caráter corporativo, defendendo interesses de grupos e de classes, sem uma perspectiva clara do que seja o interesse nacional.

    Esse é um retrato do Brasil atual. No passado não muito distante o governo central alardeou a necessidade de se instalar bibliotecas em todos os municípios. Por acaso os prefeitos se mobilizaram, nesse sentido? Que compromisso tem eles com o progresso do Brasil? No passado, grandes nomes da cultura brasileira surgiram em pequenas cidades do interior. Daqui não sairá ninguém enquanto a classe política não sair do marasmo e da rotina, criando biblioteca e levando o xadrez às escolas, entre outras coisas. Tem biblioteca em qualquer lugar civilizado do mundo. Em Nova Iorque 160 escolas públicas ensinam xadrez. Na Armênia o xadrez é obrigatório nas escolas.

    Aqui querem ser diferentes. Realmente, somos diferentes. Diferentes dos chineses, por exemplo, cujos alunos ocupam os primeiros lugares no ranking mundial da educação enquanto nós ocupamos os últimos. Os chineses construíram um supercomputador, se livrando da dependência norte-americano. Nos adoramos ser dependentes. Dependentes de bolsa-família, de favores de políticos e do assistencialismo oficial.

    É esse o Brasil que queremos?



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