NOS 96 ANOS DE FRANS KRAJCBERG, RUBERVAL DIZ QUE ARTISTA CONSOLIDOU PROJEÇÃO DE NOVA VIÇOSA NO CENÁRIO INTERNACIONAL


FRANS KRAJCBERG, COMEMORANDO 96 ANOS
Nesta quarta-feira, 12 de abril, quando se comemora o 96º aniversário de nascimento do ambientalista, pintor, escultor, fotógrafo e artista plástico Frans Krajcberg, o vice-prefeito de Nova Viçosa, Ruberval Lima Porto, diz que parte considerável da projeção que Nova Viçosa alcançou no cenário cultural e turístico do mundo deve ser atribuída a ele.
 

Ruberval lembra que, no início de 2013, a Assembleia Legislativa da Bahia, sob a presidência do deputado Marcelo Nilo, aprovou projeto de lei que resultou na criação da Fundação Museu Artístico Frans Krajcberg. O projeto, de iniciativa do Governo do Estado, tem o objetivo de preservar o acervo do ambientalista polonês.


“Frans Krajcberg e o seu famoso Sítio Natura tornaram-se referenciais turísticos de Nova Viçosa. Todo mundo passa por ali, à margem da rodovia, para fotografar a casa construída em cima da árvore e contemplar o estilo único do lugar que ele criou para morar há mais de 40 anos. É um orgulho para todos nós, merecendo nosso abraço, nosso respeito e os sinceros parabéns por mais um aniversário. Que Deus lhe dê muitos e muitos anos de vida”, disse Ruberval.

EM 2013, COM O DEPUTADO MARCELO NILO

O acervo de Frans Kracjberg é composto por mais de mil esculturas, relevos, desenhos, fotografias e filmes, abrigados no seu sítio em Nova Viçosa.

BIOGRAFIA


Polonês de nascimento, no ano de 1921, Krajcberg é um dos sobreviventes da Segunda Guerra Mundial (1938-1945). Em 1939, aos 18 anos, Krajcberg buscou refúgio na União Europeia, onde estudou engenharia e artes na Universidade de Intgrad. Residiu na Alemanha, prosseguindo seus estudos na Academia de Belas Artes de Stuttgart. Chegou ao Brasil em 1948, vindo a participar da oitava Bienal de São Paulo, em 1951. Durante a década de 1940 o seu trabalho era abstrato.

De 1948 a 1954 viveu entre as cidades de Paris, Ibiza e Rio de Janeiro, onde produziu os seus primeiros trabalhos fruto do contato direto com a natureza. Na década de 1950 morou em uma caverna no Pico da Cata Branca, região de Itabirito, no interior de Minas Gerais. Ali na região, à época, era conhecido como o barbudo das pedras, uma vez que vivia solitário, sem conforto, tomando banho no rio vizinho, enquanto produzia, incessantemente, gravuras e esculturas em pedra.

Em 1956, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde dividiu o ateliê com o escultor Franz Weissmann (1911 - 2005). Naturalizou-se brasileiro no ano seguinte.

Em 1964, executou as suas primeiras esculturas com madeiras de cedros mortas. Realizou diversas viagens à Amazônia e ao Pantanal Matogrossense, fotografando e documentando os desmatamentos, além de recolher materiais para as suas obras, como raízes e troncos calcinados. Na década de 1970 ganhou projeção internacional com as suas esculturas de madeira calcinada.


A sua obra reflete a paisagem brasileira, em particular a floresta amazônica, e a sua constante preocupação com a preservação do meio-ambiente. Atualmente, o artista tem se dedicado à fotografia.
Krajcberg está radicado no Município desde 1972. Chegou ali o convite do amigo e arquiteto Zanine Caldas, que o ajudou a construir a habitação: uma casa, a sete metros do chão, no alto de um tronco de pequi com 2,60 metros de diâmetro. À época, Zanine sonhava em transformar Nova Viçosa em uma capital cultural e a sua utopia chegou a reunir nomes como os de Chico Buarque, Oscar Niemeyer e Dorival Caymmi.

No sítio, uma área de 1,2 km², um resquício de Mata Atlântica e de manguezal, o artista plantou mais de dez mil mudas de espécies nativas.


Comentários

  1. Há um outro aspecto, ressaltado pelo Silva Melo: durante muito tempo houve uma predominância absurda do número de homens em relação ao de mulheres. Basta dizer que era da ordem de 150 homens para cada mulher. O governo americano chegou a pedir à França que enviasse camponesas para os Estados Unidos, onde seriam bem recebidas e se casariam facilmente.

    Essa falta de mulheres explica toda a violência americana, tão bem expressa no cinema, e que vem até os nossos dias. Por outro lado, a mulher, pela sua escassez, ficou extraordinariamente valorizada, podendo se dar ao luxo de escolher os homens mais ricos e bem sucedidos. Esse aspecto fica bem ilustrado em filmes como “E o Vento Levou”, baseado em obra homônima da escritora Margareth Mitchel.
    Nesse ponto eu abro um parênteses para dizer que se o sistema de ensino brasileiro não
    fosse tão estúpido tiraria um enorme proveito do cinema, a “Sétima Arte”. No Rio de Janeiro a biblioteca pública do Estado tinha uma sala para exibição de filmes em vídeo. Tinha clubes de cinema e cinematecas. Alguns filmes são verdadeiros tratados de história e sociologia.

    Como disse a economista do Banco Mundial, Barbara Brums, a educação no Brasil não precisa de mais dinheiro. O que precisa é de melhor gestão. Um “Home Theater” não é coisa cara e bons filmes em DVD podem ser comprados por menos de vinte reais. Um dos grandes problemas do ensino no Brasil são as pessoas que não fazem, não deixam ninguém fazer e não aceitam sugestões. O resultado é essa “Marcha da Insensatez” que estamos vendo. Não faltam recursos, faltam criatividade e inteligência.

    E se os americanos tivessem colonizado o Brasil, teriam sido bem sucedidos? Tudo indica que não. Após a Guerra de Secessão, nos Estados Unidos (aliás, a história do filme “E o vento Levou” se passa nesse período), em 1867, vieram para o Brasil muitos norte-americanos, em torno de 3000 pessoas. A maioria foi para São Paulo e Espírito Santo e cerca de 200 foram para Santarém, fixando-se às margens do Rio Tapajós.
    Em 1940 o jornal americano “The Saturday Evening Post” quis saber o que tinha acontecido com os americanos no Brasil e descobriu que ninguém sabia o que tinha acontecido com eles.

    Um jornalista americano descobriu em Santarém um dos últimos sobreviventes, que veio menino para o Brasil e se casou com uma cearense, com quem teve onze filhos, que lhe deram uma penca de netos.

    O que salta aos olhos é que uma coisa é ser americano no Brasil, outra é ser americano nos Estados Unidos. Há também que se levar em conta o seguinte: alguns ambientes podem degradar um homem, enquanto que outros podem engrandecê-lo. Coloque-se um sábio para viver numa tribo de índios no meio da selva amazônica que em breve ele estará vivendo como índio. Não erguerá os índios ao seu nível de cultura e logo terá se adaptado à vida entre eles. Em contrapartida, filhos de índios brasileiros que foram levados para estudar em escolas do Rio de Janeiro, em pouco tempo não só se nivelaram aos alunos locais, como até os ultrapassaram. Em suma, ambiente é tudo, para o bem e para o mal.

    Um outro aspecto a ser considerado é que os americanos que vieram para o Brasil talvez não fossem realmente inteligentes e empreendedores. Os Estados do sul dos Estados Unidos eram mais atrasados do que o resto do país e tiveram que perder uma guerra para libertar os escravos. Muitos brancos, racistas, não quiseram conviver em pé de igualdade com os negros recém libertos e saíram do país.

    Resumo da história: pisamos na bola e estamos dominados, com uma enorme dependência da economia ao capital estrangeiro. Cabe ao nosso território e ao nosso povo trabalhar apenas para fornecer matérias-primas baratas para o centro do capital. Essa é a lógica dominante. Em um único ano, o capital estrangeiro enviou para seus acionistas no exterior dez anos de Bolsa Família.

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  2. Da riqueza e da pobreza

    Muita gente ainda hoje se pergunta porque os Estados Unidos, que tiveram a sua colonização iniciada cem anos depois da nossa, se tornaram o país mais rico e poderoso do mundo, enquanto que nós não conseguimos avançar. Na verdade, a nossa taxa de crescimento do PIB foi negativa, em 2016, ou seja, de -3,6%.

    A Índia (6,9%), as Filipinas (6,9%) e a China (6,7%) tiveram as maiores taxas. A Coreia do Sul teve taxa de 2,7% e os Estados Unidos de 1,6%. Explica-se a pequena taxa dos Estados Unidos: é que eles são tão grandes que fica difícil crescer mais. É como comparar criança pequena com adolescente. A taxa de crescimento de uma criança é bem maior do que a de um adolescente.

    O PIB mundial, segundo o FMI, é de 73 trilhões de dólares e o dos Estados Unidos cerca de 18 trilhões, o que significa que este país representa cerca da quarta parte do PIB mundial. O PIB brasileiro foi, em 2016, cerca de 1,7 trilhões, o que significa que o PIB americano é dez vezes o nosso.

    O Brasil ocupa a nona posição no PIB mundial mas a sua riqueza está concentrada nas regiões sul e sudeste do país.

    O livro do Viana Moog, “Bandeirantes e Pioneiros”, escrito na década de 50 do século passado, tenta explicar estas diferenças. Uma delas está na religião. A Reforma Protestante dividiu-se em duas vertentes: a luterana e a calvinista. Lutero continuou fiel ao Direito Canônico e acreditava no livre arbítrio. Calvino acreditava na predestinação e detestava os pobres, pois achava que estes eram os condenados, enquanto que os ricos eram os eleitos. Com Calvino os cristãos deixaram de condenar a riqueza e foram em busca da fortuna que, para eles, seria um sinal da salvação. O capitalismo tem a sua ética fundada no protestantismo de Calvino.

    A corrente protestante predominante no Brasil tem fundamento basicamente em Lutero, de modo que os seus seguidores continuam achando que pobreza é virtude. É uma verdade desagradável de ser dita, mas todas as pesquisas do IBGE mostram que os segmentos mais pobres e de menor escolaridade da população brasileira estão entre os evangélicos.
    Viana Moog nos conta que os calvinistas se dedicavam arduamente ao trabalho e louvavam a Deus onde quer que estivessem: na oficina, na escola, no banco, na carpintaria. Iam às igrejas nas manhãs de domingo. Os demais cristãos iam as igrejas todos os dias, as vezes mais de uma vez por dia. Os calvinistas americanos acreditavam no trabalho e no estudo. Os demais cristãos na “providência divina”.

    Segundo o Viana Moog, o calvinista é mais eficiente para ganhar dinheiro do que o judeu, pois este é mais ligado aos prazeres da vida, gosta de boa comida, bom vinho, boa música. O calvinista trabalha.

    O médico brasileiro Antonio da Silva Melo, um homem de cultura ecumênica que estudou medicina na Alemanha, escreveu diversos livros, entre eles um chamado “Estados Unidos: Prós e Contras”. É um livro muito bom, com 419 páginas, mas aqui me atenho aos aspectos que se vinculam a este texto.

    Segundo o Silva Melo, a fome na Europa, a Revolução Alemã, de 1848, a calamidade que na Inglaterra e na Irlanda matou mais de um milhão de pessoas, fez com que milhares de pessoas fossem para os Estados Unidos. A maioria daquelas pessoas era de puritanos.
    Até 1880 a imigração foi essencialmente nórdica, anglo-saxã, tendo como religião o protestantismo sob diversas das suas seitas. A partir de então houve uma mudança radical, com a chegada de correntes eslavo-latinas. Em 1920 já eram 77% dos imigrantes: russos, poloneses, italianos, gregos, que tinham como religiões principais o catolicismo e, o judaísmo.

    Os anglo-saxões preferiam os campos, enquanto que os demais estrangeiros preferiam as cidades.

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